Terrible Two: saiba como lidar com a crise dos dois anos

O seu filho(a) mudou de comportamento repentinamente e está reproduzindo as famosas birras? A causa para isso pode ser a chegada do Terrible Two, a fase conhecida como a adolescência do bebê.

Nesse período, a criança passa a se descobrir como indivíduo e tem dificuldades em lidar com as suas novas emoções e percepções, o que provoca atitudes negativas como choro, gritaria e manha.

Se você quer entender melhor porque o pequeno ou pequena começou a agir assim, quanto tempo essa fase dura e como lidar com as crises, nós, do Blog da Casatema, preparamos um guia completo que oferece respostas a todas essas dúvidas.

Acompanhe a leitura e saiba como apoiar o seu filho durante o Terrible Two!

O que é o Terrible Two?

O Terrible Two é um termo em inglês que pode ser traduzido literalmente para ‘terríveis 2 anos’, mas também é conhecido como a crise dos 2 anos e a adolescência do bebê.

Esses apelidos já dão boas pistas de como o bebê se comporta nessa fase, não é mesmo?

Durante o Terrible Two, a criança muda bruscamente o seu comportamento num curto período de tempo – ela passa a dizer “não” para tudo, chora com frequência, faz birra ao receber ordens e pedidos e se recusa a aceitar decisões.

O seu bebê está agindo assim? Sabemos que essa fase dos anos iniciais do bebê deixa os pais extremamente aflitos e se sentindo com as mãos atadas, mas, precisamos lembrar que ela é parte do crescimento de toda criança.

Veja também: Dicas e exercícios para relaxar a mente das mamães.

Criança deitada no sofá chorando

Quando começa o Terrible Two?

Por mais que o termo diga respeito ao segundo ano de vida da criança, o Terrible Two pode acontecer pouco antes ou terminar pouco depois dos 2 anos.

O marco dos 18 meses (1 ano e meio) costuma vir com a chegada dessa fase, e o seu término é por volta dos 34 meses (quase completando 3 anos).

Isso tem muito a ver com o desenvolvimento individual de cada criança, então, não podemos estabelecer uma métrica única que pode ser aplicada em todos os casos.

Às vezes, o pequeno já até passou pelo Terrible Two, mas os pais não perceberam porque os seus sintomas e comportamentos eram pouco intensos.

Veja também: O que fazer nas férias escolares? Dicas para entreter a criançada

Por que o Terrible Two acontece?

A questão que inevitavelmente surge na mente das mamães é sobre as causas do Terrible Two. Bom, essa fase acontece por conta de uma evolução na mentalidade e percepção que as crianças ganham sobre si e sobre as pessoas/ambientes a sua volta.

Elas passam a perceber que são indivíduos separados dos pais, adquirindo uma independência inédita.

Sabe quando os adolescentes começam a agir de forma retraída e reclusa por conta de todas as mudanças que estão acontecendo fisiologicamente em seu corpo e psicologicamente com a chegada da vida adulta?

Então, o Terrible Two segue a mesma linha de raciocínio, mas se apresenta com os pequenos tentando testar os limites dos adultos e, consequentemente, se frustrando ao não conseguirem tudo que querem.

Os bebês vão expressar os seus gostos e desejos com os recursos que têm – o choro e a birra são os principais, já que a sua linguagem ainda não está bem desenvolvida na fase.

São nessas tentativas e erros de afirmar a sua individualidade que as mamães se chocam com a mudança repentina de comportamento de seus filhos.

É comum que os pais se culpem por isso, associando os chiliques a traços típicos de crianças mimadas. No entanto, pode aliviar a sua consciência e ficar tranquila.

Os comportamentos “inadequados” nessa fase não têm nada a ver com uma possível mal criação, pois são completamente naturais e presentes em todas as crianças, seja de forma mais acentuada ou mais moderada.

Aliás, note que colocamos aspas na palavra inadequado – os adultos podem achar os comportamentos ruins, mas, sob a visão de uma criança, essas atitudes são as únicas respostas viáveis que eles têm em seu arsenal para lidar com frustrações e estresse.

Afinal, o bebê ainda não tem a maturidade necessária para reagir de uma forma comportada e controlada. Se até nós, adultos, ainda temos dificuldades em lidar com algumas emoções, imagine uma criança que está apenas em seu segundo ano de vida!

Veja também: O guia para estimular o desenvolvimento cognitivo infantil.

Criança chorando na cama abraçada com um ursinho

Como lidar com os desafios do Terrible Two?

Nós, mamães, somos a única parte madura da relação com os nossos filhos e, portanto, devemos agir com sabedoria e empatia ao lidar com uma criança que está na fase do Terrible Two.

Em vez de brigar, reclamar, ameaçar ou gritar, esse é o momento para dar o exemplo de como responder a situações estressantes com uma atitude equilibrada e comunicativa.

Há situações que nos tiram do sério, mas é preciso respirar fundo, retomar a sua paciência e conversar com calma. Pergunte ao bebê o que ele está sentindo e explique outras reações melhores para essa situação.

Por exemplo: se a criança tiver batido no irmãozinho porque não emprestou o brinquedo, comunique que isso não foi muito eficaz (afinal, o irmão provavelmente não entregou o objeto depois disso) e diga que precisamos respeitar o tempo e as escolhas do outro se queremos algo.

Numa próxima vez, se a criança pedir o brinquedo emprestado e aguardar a sua vez, o receberá.

No entanto, o outro cenário é bem possível no Terrible Two: o de que o seu filho vai apenas espernear, gritar ou chorar ao escutar um “não”.

Nesses momentos, sabemos que o diálogo não necessariamente vai ser uma estratégia eficiente. Essas são outras formas que ajudam a solucionar as crises mais graves e preveni-las:

  • Mude o foco de interesse da criança para outra tarefa;
  • Sempre ofereça opções para respeitar a autonomia da criança, mas com limite (como dar 2 opções de roupas para vestir);
  • Mantenha uma rotina estável e evite deixar o pequeno agitado nos momentos das refeições ou cochilos;
  • Converse sobre sentimentos e emoções com frequência, sugerindo formas para lidar com eles;
  • Mantenha a calma para mostrar como se deve agir mesmo em situações estressantes e frustrantes.

É importante dizer também que nem todo “comportamento ruim” é um reflexo do Terrible Two. No mesmo período previsto para a fase, as crianças ainda estão lidando com outro fator que muda os seus padrões de ação: a aquisição de novas habilidades.

Em nosso post sobre saltos de desenvolvimento, você pode entender melhor o que acontece em cada mês e fase do bebê. Nesse em questão, o pequeno pode ter jogado o seu brinquedo para longe porque queria entender o processo, e não como birra ou vingança típica da crise dos 2 anos.

Cada nova descoberta vem acompanhada de tentativas, então precisamos entender qual é a intenção por trás das atitudes do baixinho e respeitar os seus momentos de aprendizado e curiosidade (por mais que eles possam fazer muita bagunça).

Repreender a criança nessa hora vai apenas deixá-la confusa, pois ela estava somente testando as suas habilidades.

Menino chorando na mesa na frente do irmãozinho e da mãe

Para finalizar o post, vamos relembrar que o Terrible Two é uma fase que, mais cedo ou mais tarde, toda criança passa.

Nós, como mães, pais e cuidadores, devemos ter empatia e oferecer suporte nesse e em todos os outros períodos valiosos de crescimento que os pequenos passam em seus anos iniciais.

Confira outros conteúdos da Casatema que te ajudam a navegar nessa linda – e desafiadora – jornada da maternidade.

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