A inteligência emocional infantil é um conceito estudado e popularizado por Daniel Goleman, na década de 1990. O jornalista definiu o termo como: a capacidade de uma criança de reconhecer os seus sentimentos e saber lidar com eles.
Embora, em teoria, aplicar a inteligência emocional na rotina das crianças aparente ser simples, não basta incentivar que elas expressem seus sentimentos. Afinal, esse é um processo complicado — até mesmo para nós, adultos — que precisa ser trabalhado aos poucos.
Por esse motivo, preparamos algumas dicas que podem melhorar a inteligência emocional de seu pequeno e que vão de acordo com os métodos da educação montessoriana. Continue sua leitura e saiba como estimular que as crianças cresçam melhor!
1. Seja o exemplo
O primeiro passo para incentivar a educação emocional para as crianças é se tornar um exemplo. Principalmente durante os primeiros meses de vida, sabemos bem que os pequenos tendem a pegar traços comportamentais dos adultos à sua volta.
Trabalhar o controle emocional não é nada simples. Ainda mais durante a rotina do dia a dia onde a vida pessoal se encontra com a profissional e, muitas das vezes, o estresse de uma é descontado na outra.
Saiba que sinais de raiva, fraqueza ou frustrações podem ser notados pelos pequenos. Por isso, papai e mamãe, é importante que vocês fiquem atentos as falas e atitudes dentro de casa, ainda mais em ambientes íntimos da criança, como o quartinho do bebê.
2. Trabalhe com os 5 pilares da inteligência emocional
No livro “O poder da inteligência emocional” o autor Daniel Goleman retrata cinco pilares fundamentais para que a inteligência emocional seja atingida no público infantil.
Para facilitar a sua rotina, separamos as principais informações e que, não podem ser deixadas de lado, de cada um desses pilares. São elas:
Autoconhecimento
O autoconhecimento diz respeito ao poder de uma criança conseguir reconhecer e expressar os seus sentimentos, sejam eles benéficos ou não.
Esse pilar precisa ser desenvolvido nos pequenos para que eles possam colocar suas emoções para fora, sem guardar mágoas e rancores. Inclusive, com ele fica fácil para você reconhecer as dores de seu filho e aplicar o método montessoriano.
Contudo, é importante que você entenda que o processo de autoconhecimento ocorre de maneira gradual e — muitas das vezes, dolorida. Afinal, lidar com os próprios pensamentos, não é uma missão simples, principalmente para as crianças.
Automotivação
A automotivação está ligada com a maneira com que a criança lida com os seus sentimentos. Ou seja, é nesse pilar que os pequenos descobrirão a melhor forma para solucionar uma desavença com o amiguinho na escola ou no parquinho.
Aqui, papai e mamãe, vocês precisam mostrar a maneira correta de como agir — sem impor nenhum pensamento, é claro! — e incentivar a criança a mudar para um comportamento melhor.
Autocontrole
Esse pilar está bastante relacionado com a automotivação e para que o controle emocional aconteça de maneira efetiva é preciso que eles andem lado a lado.
Nesse momento a criança irá aprender a controlar os seus sentimentos — sem deixar de expressá-los — da melhor forma possível. Então, mostre para ela que o choro, birra ou gritos nunca são a melhor solução.
Para isso funcionar, volte ao primeiro pilar e incentive-a a compartilhar os sentimentos que está sentindo com você. Esse processo é importantíssimo e faz com que você se aproxime ainda mais de seu filho.
Relacionamento interpessoal
Neste pilar a criança deve aprender a se comunicar com as pessoas que fazem parte de seu grupo social. Ele é essencial para os pequenos poderem manter boas relações com os coleguinhas, primos ou irmãos.
Aliás, uma ótima maneira para ensinar o relacionamento interpessoal para os pequenos é dentro de casa, com os irmãos. Confira o nosso post sobre como lidar com o desentendimento dos pequenos e saiba como ajudá-los a se comunicar!
Empatia
Para o Goleman, a inteligência emocional não está relacionada apenas aos atos que as crianças podem fazer a favor de seu próprio desenvolvimento, mas também, ao ato de se colocar no lugar do próximo.
Por esse motivo, a empatia é o último pilar citado pelo autor, que precisa ser trabalhado aos poucos com a criança. Ela fará com que os pequenos entendam e respeitem as dores do próximo, fazendo com que eles se tornem pessoas mais gentis.
3. Dê espaço para a criança expressar seus sentimentos
Como vimos, é importante que a criança tenha liberdade para expressar os seus sentimentos e não os guarde por muito tempo. É claro que para isso, ela irá precisar de uma ajudinha sua.
Então, demonstre que você se importa e que realmente tem interesse no que ela está sentindo. Frases como “Engole o choro” ou “Deixa de birra” além de serem dolorosas para os pequenos, demonstram desinteresse com as necessidades deles.
Vale lembrar que estamos lidando com crianças, então, mamães, muitas das vezes os problemas que elas têm para compartilhar são coisas simples de se responder. Basta apenas uma conversa clara e sincera.
4. Incentive seu filho a se comunicar por meio da arte
Compreender o que estamos sentindo nem sempre é fácil e, muitas vezes, se torna ainda mais difícil quando precisamos tirar isso das ideias e expressar por meio de falas ou ações. Porém, você sabia que a criatividade é uma forma de ajudar nesse processo?
A arte, por meio de desenhos, músicas ou encenações teatrais, pode ativar o subconsciente das crianças e fazer com que elas consigam expressar emoções escondidas em suas mentes.
Segundo a Escola de Artes Macunaíma, o fluxo criativo é a melhor forma para pescar sentimentos e desenvolvê-los em produções artísticas. Legal, não acha?
Outra forma para incentivar as crianças a expressarem os sentimentos de maneira orgânica são por meio das brincadeiras infantis. Para saber qual a melhor dinâmica para isso, confira o nosso post com as principais atividades que podem te auxiliar!
5. Ensine a lidar com as frustrações
Infelizmente não podemos proteger nossos pequenos de todas as frustrações do mundo. Claro que esse é um trabalho recorrente na vida de pais protetores, mas que nem sempre será eficaz.
Afinal, o mundo está lotado de imprevistos que podem atingir, ou não, as nossas crianças. Então, pensando nisso, é importante prepará-las para possíveis problemas e descontentamentos.
Uma criança com inteligência emocional não precisa sempre estar feliz com o que acontece com a sua vida. Contudo, é essencial que ela saiba lidar com as suas frustrações, sem choros e decepções.
A maneira mais adequada para ensinar as crianças a lidar com os seus problemas é incentivar a autonomia infantil. Isso fará com que os pequenos aprendam aos poucos como agir em determinadas situações, sem que precisem de sua ajuda.
Quais são as fases do desenvolvimento emocional de uma criança?
Todas as dicas que falamos logo acima são aplicadas de maneiras diferentes, conforme a idade de cada criança. Por esse motivo, Daniel Goleman definiu quatro fases do desenvolvimento infantil que indicam o estado emocional que a criança se encontra. São elas:
Seis primeiros meses
Aqui o choro é a principal forma da criança se comunicar. Ele transmite a necessidade de trocar a fralda, a amamentação e a naninha. Além disso, a criança pode se manifestar por meio de movimentos com o corpo. Por isso é preciso estar sempre atento!
Ah, nessa etapa você passará pela crise dos três meses, que marca o desenvolvimento da criança. Então, esteja preparado para essa fase comum para mamães de bebês recém-nascidos.
Dos seis meses até um ano
Nesta fase a criança também se comunica por meio do choro e demonstra alguns sinais de ansiedade. Esses traços são vistos principalmente quando o bebê é separado do colo da mãe ou algum estranho o pega no colo.
Do primeiro até os quatro anos
Com essa idade a criança começa a se expressar além do choro, por meio de falas — por mais que não sejam bem desenvolvidas — e birra. Além disso, elas passam a confiar em outros familiares e começam a se sentir mais confortáveis longe da mãe.
Dos quatro até os sete anos
Quando as crianças chegam nessa faixa etária elas começam a apresentar uma capacidade criativa e imaginativa muito alta. Isso desencadeia algumas situações como a mudança de humor repentina e, a quantidade de pesadelos excessiva, que, inclusive, pode se agravar no terror noturno infantil.
Entender essas quatro fases é essencial para que você possa entender quais são os principais sentimentos dos pequenos, para assim, trabalhar a inteligência emocional.
Agora que você já conhece e sabe a forma mais indicada para lidar com a inteligência emocional infantil, que tal montar um cantinho especial onde o seu pequeno possa se sentir seguro? Veja o nosso post com um guia completo sobre as brinquedotecas!