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Introdução alimentar – Saiba como deve ser feito o método

Que pai e mãe não desejam uma alimentação saudável para o seu filho, não é mesmo? Isso costuma ser desencorajado pelo pensamento comum de que as crianças naturalmente não gostam de legumes e vegetais, mas saiba que a verdade é outra.

A introdução alimentar na infância é um processo que ensina as crianças em seus anos iniciais a aceitar diferentes texturas e sabores na alimentação, o que impacta positivamente o desenvolvimento de seu paladar, gostos e hábitos alimentares.

Para que você entenda como dispor esses benefícios ao seu pequeno ou pequena desde cedo, nós, do Blog da Casatema, preparamos um guia completo sobre a introdução alimentar, com informações retiradas de dados científicos comprovados.

O que é a introdução alimentar?

Começando pelo princípio, introdução alimentar é um termo que se refere à fase em que a alimentação dos bebês passa a incorporar outros elementos além do leite materno ou fórmula.

Os métodos utilizados pelas mães e pais nessa fase são extremamente importantes, visto que eles têm o potencial de moldar o paladar e os hábitos alimentares futuros da criança.

Olhe só um exemplo desse impacto na prática: introduzir os alimentos antes da hora adequada oferece riscos de alergias alimentares, como explica um artigo da Fundação Cargill, organização especialista em alimentação segura.

Ou seja, essa é uma das várias decisões pontuais tomadas na introdução alimentar que podem ter impactos positivos ou negativos na vida da criança, então precisamos nos informar bem e consultar profissionais antes de diversificar a comida dos pequenos.

Veja também: As causas e como identificar alergia infantil na pele.

Quando começar a introdução alimentar?

O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam dar apenas leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro tipo de alimento. O leite materno pode ser mantido por até dois anos ou mais.

Em outras palavras, você pode começar a introdução alimentar pouco depois da metade do primeiro ano do bebê, mas precisa manter a amamentação nos planos por mais um tempinho – o leite é uma excelente fonte de proteína para os pequenos.

Nos casos em que a mãe não pode amamentar por algum motivo, as fórmulas infantis são a solução. Elas podem ser mantidas na alimentação até os 2 anos, mas podem ser substituídas pelo leite integral ou composto lácteo depois do primeiro ano. O processo de introdução alimentar é o mesmo das dietas com leite materno.

No entanto, atente-se a esses dados: não há grandes vantagens para a inclusão das fórmulas na rotina de crianças com mais de 1 ano e o seu uso deve ser suspenso após os 3 anos, pois o excesso de vitaminas e aminoácidos pode aumentar as tendências à obesidade.

Como começar a introdução alimentar?

A introdução alimentar pode começar com a oferta diária de papinhas de frutas e legumes durante o primeiro mês, sendo que a variedade deve ser uma prioridade. A criança deve se acostumar a comer alimentos diversos dos 5 grupos alimentares para evitar a monotonia da dieta e, claro, garantir a absorção de todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

No início, os alimentos devem ser amassados com o garfo até chegar a uma consistência pastosa – não é necessário passar na peneira ou no liquidificador. Gradativamente, vá solidificando a comida ofertada e, após o primeiro mês, já é possível deixar pedaços pequenos inteiros para estimular a mastigação.

Além disso, não combine todos os alimentos numa única papinha: o bebê deve ser capaz de identificar tanto a textura quanto os sabores dos alimentos para evoluir o seu paladar e gosto por uma maior diversidade alimentar. Logo, o pratinho deve ser composto de uma refeição com várias porções de consistência não completamente homogênea.

Por último, antes de saber quais alimentos oferecer, saiba que esse processo é gradativo! As crianças podem (e provavelmente vão) estranhar certos sabores e texturas no início, o que deve ser respeitado – essa é uma grande novidade para elas e, assim como nós, têm as suas preferências pessoais.

Se o bebê não aceitou, não force na hora. O pediatra e presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Dr. Rubens Feferbaum, explica que um alimento precisa ser oferecido numa média de 8 a 10 vezes até que a criança o aceite completamente, então tente de novo em outra ocasião.

mão de uma mulher dando colher de alimento para bebê

O que oferecer na introdução alimentar?

A OMS recomenda oferecer diferentes opções a cada refeição, obedecendo ao limite de um novo alimento por vez. Se um dia a papinha foi de abacate, ofereça uma de banana no dia seguinte. As opções de frutas são bem amplas e podem seguir as variedades de cada estação. Para as papinhas ‘salgadas’, é preciso haver um alimento de cada um desses grupos:

  • Hortaliças – folhas verdes, beterraba, abóbora, quiabo, tomate, cenoura, etc.
  • Cereais e tubérculos – arroz, mandioca, batata-doce, batata, inhame, macarrão, etc.
  • Carnes e ovos – frango, peixe, boi, codorna, ovos, etc.
  • Grãos – feijão, lentilha, soja, grão-de-bico, ervilha, etc.

Os ovos, peixes e alimentos com glúten devem ser introduzidos até no máximo o oitavo mês para criar tolerância e evitar o desenvolvimento de alergias. O sal deve ser utilizado nas mínimas quantidades possíveis, enquanto as frituras, enlatados, salsicha, refrigerantes, café, salgadinhos, balas e açúcar devem ser evitados até os 2 anos.

Não é necessariamente uma proibição, mas como não oferecem nenhum valor nutricional, convém evitar. Para temperar os alimentos, a dica é apostar em ervas como a salsinha e cebolinha (também com moderação).

Caso precise de óleo nos preparos, opte pelos vegetais de canola ou milho em pouca quantidade. Ah, e dê preferência a alimentos frescos e orgânicos!

Tem problema se a criança só come na frente da TV?

Você tem um pequeno ou pequena em casa que só come se estiver na frente da TV, do celular ou do tablet? Infelizmente, esse é um hábito que precisamos corrigir. Ter distrações do tipo na hora da alimentação é prejudicial, pois impede que a criança perceba o quanto está comendo, fazendo-a comer mais ou menos do que o seu corpo exige.

Essa interferência na percepção da saciedade pode levar à obesidade e outros problemas alimentares, tente ao máximo ensinar seu filho a se concentrar nos alimentos. Conte uma historinha sobre a comida, converse com ele sobre as diferenças dos sabores, texturas e formato. A disciplina vai fazer surgir o prazer na alimentação!

Qual é melhor: papinha ou BLW?

Muito discutido no assunto de introdução alimentar, o método BLW (do inglês, Baby Led Weaning) significa Desmame Guiado pelo Bebê e se refere à prática de deixar a criança levar os alimentos sozinha até a boca, a fim de incentivar a sua autonomia na hora de comer.

Esse é um método válido, mas recomendamos utilizá-lo somente em conjunto com a alimentação tradicional guiada pela mamãe, pois o bebê pode acabar apenas brincando com a comida e não ingerir as quantidades necessárias de nutrientes.

bebê sentado comendo uma fatia de melancia com a mão

Como montar uma rotina de introdução alimentar?

Para finalizar o post, vamos te mostrar o esquema de rotina ideal para a introdução alimentar recomendado pelo Ministério da Saúde. Lembre-se que essa é uma base, e não uma regra! Cada bebê tem necessidades pessoais e particulares que devem ser analisadas por pediatras e nutricionistas por meio de consultas e exames.

Rotina para crianças amamentadas

Com 6 meses Com 7 meses Com 12 meses
Leite materno sob livre demanda Leite materno sob livre demanda Leite materno + fruta, cereal ou tubérculo
Papinha de fruta Papinha de fruta Fruta
Papinha salgada Papinha salgada Refeição comum da família
Papinha de fruta Papinha de fruta Pão, fruta, cereal ou tubérculo
Leite materno Papinha salgada Refeição comum da família

Confira 5 opções de lanches saudáveis para fazer em casa para as crianças!

Rotina para crianças não amamentadas

Menor de 4 meses De 4 a 8 meses Depois de 8 meses Depois de 12 meses
Alimentação láctea Leite Leite Leite + fruta, cereal ou tubérculo
Alimentação láctea Papinha de fruta Fruta Fruta
Alimentação láctea Papinha salgada Papinha salgada ou refeição comum da família Refeição comum da família
Alimentação láctea Papinha de fruta Fruta Pão, fruta, cereal ou tubérculo
Alimentação láctea Papinha salgada Papinha salgada ou refeição comum da família Refeição comum da família
Alimentação láctea Leite Leite Leite

Para acompanhar mais conteúdos bacanas e bem informados, continue acompanhando o Blog da Casatema! Nós temos posts incríveis sobre como montar um quarto montessoriano, por exemplo, que te ensinam como estimular outros setores fundamentais de desenvolvimento das crianças.

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