9 tipos de choro de bebê: significados e como identificar

Você sabia que o choro é a primeira forma de comunicação do ser humano? É isso que Ana Escobar, pediatra consultora da Revista Crescer e do programa Bem-Estar da Rede Globo, ensina.

E de fato é! Podemos distinguir o que está acontecendo com os bebês somente pela intensidade e frequência do seu choro. Sono, fome, cólica e fralda cheia são algumas das condições fisiológicas que os pequenos querem nos comunicar ao chorar.

Para te ajudar a entender melhor todos os tipos de choro e o que eles significam, preparamos este guia explicativo. Confira!

1. Fralda suja de xixi ou cocô

Esse é o motivo mais comum dos choros, então pode ser sempre a primeira coisa que você confere quando o bebê está angustiado. Às vezes nem precisa olhar a fralda, porque o cheirinho é forte.

O tipo de choro que costuma indicar isso é um de incômodo, composto de sons fortes e irritados e movimentos corporais agitados.

Se fosse uma onomatopeia (palavra que imita um som, como “au au” para latidos), seria “INHÉH” – propositalmente em caixa alta.

2. Fome ou sede

De acordo com órgãos como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a alimentação dos recém-nascidos deve ser composta somente de leite materno até os 6 meses de vida.

Nessa fase, os bebês podem pedir o peito a cada 2 ou 3 horas, mesmo durante a noite. Geralmente, nem precisamos lembrar de amamentar – os pequenos indicam que estão com fome através do choro.

Nesse caso, o tipo de choro do bebê é um bem expressivo. Antes de gritar, ele faz bico, chupa o dedo, abre e fecha os dedinhos e leva as mãos à boca.

Na maioria das vezes, não é um som forte, e sim comprido, como se fosse “néeee” — (pausa para puxar ar) — “néeee”. Conforme o tempo passa, o choro se torna mais longo – é um pedido que a mamãe consegue escutar nos quatro cantos da casa. A melhor forma de acalmar o choro de fome ou sede é dando o mamá.

3. Cólica

Os primeiros três meses do bebê são períodos sensíveis que exigem diversas adaptações com o mundo externo e com o seu próprio corpo. Antes, eles recebiam nutrientes pelo cordão umbilical, mas agora o seu sistema digestivo precisa trabalhar.

Por isso, é natural que as cólicas aconteçam, principalmente durante a noite – tanto que esse é um dos motivos que fazem com que os bebês não durmam à noite.

Se pudéssemos resumir esse tipo de choro em uma palavra, seria “amargura”. De forma desconsolada, o bebê chora por vários minutos a fio. Pode enrugar a testa, contrair ou distender o abdômen e movimentar muito as pernas.

A melhor estratégia para acalmar a cólica e o choro é fazer massagens na barriga, esticar e encolher as perninhas e pegar no colo com a barriguinha para baixo. Com isso, podem sair alguns gases, eructação (arroto) ou até encher a fralda.

Outra dica para tentar prevenir as dorzinhas na barriga é deixar o bebê mais retinho enquanto mama, dessa forma ele não engole ar junto com o leite.

4. Sono

Na fase dos dois anos, o choro por sono é uma situação recorrente. Após muito tempo acordado, pode acontecer do bebê chorar por não conseguir dormir ou por estar com muito sono.

No primeiro caso, é um choro nervoso, em que as perninhas e braços ficam agitados e os rostinhos bem vermelhos. Já no segundo caso, quando choram por estarem com sono, é um chorinho consolável.

Geralmente, ele vem intercalado com bocejos e olhinhos pesados e cansados. Para acalmar o bebê, diminua as luzes, fique em um lugar tranquilo, cante e converse com ele bem baixinho.

Temos outros conteúdos sobre a hora do sono, veja:

5. Carência, tédio e saudade

Esse choro é muito comum quando o bebê acaba de acordar. É só ele abrir os olhos e perceber que não está próximo da mãe que começa a chorar! Mas, felizmente, é só a mamãe ou o papai o pegarem no colo que fica tudo bem de novo.

Esse tipo de choro é manhoso, um pouco suave quando comparado com os demais. Tem longas pausas e poucos gritos, como se fosse um pedido por aconchego mesmo.

6. Dores

A dor dos filhos é algo que não conseguimos sanar instantaneamente, pois precisamos do auxílio de medicamentos, tratamentos e a ação do próprio sistema imunológico dos pequenos.

Nenhum choro de bebê é fácil de escutar, mas esse aqui é de cortar o coração dos papais preocupados.

Ele é forte, contínuo e carregado com longos berros e pouca respiração. A força e a intensidade do choro aumentam com o tempo e só acalmam quando a dor fica menos forte.

Nesses casos, recomendamos que leve o bebê em uma consulta ao pediatra, porque os motivos nem sempre são aparentes. Pode ser desde uma cólica a uma dor de ouvido, dor na barriga ou infecção.

Se você prestar bastante atenção, o bebê costuma levar as mãos até o local da dor — é um ato inconsciente.

7. Manha e birra

O choro de manha é irritado e entrecortado. Acontece com maior frequência a partir dos 9 meses, quando o bebê percebe que, ao chorar, pode conseguir o que deseja.

Eles pedem por um lanchinho, chupeta, mamadeira, brinquedo ou o próprio colo dos pais. Se sempre cedermos aos pedidos, a manha e a birra se tornarão hábitos.

Ao invés disso, podemos tentar explicar racionalmente o porquê eles não terão o seu pedido atendido. Temos mais dicas de como lidar com isso no nosso post sobre a temida fase dos dois anos.

8. Susto e medo

Barulhos repentinos, altos e estridentes podem gerar susto e medo nos pequenos. Lembre-se: eles são extremamente sensíveis ao ambiente externo. Nessas situações, chorar é uma reação completamente normal.

Esse tipo de choro pode vir com longas respirações e gritos muito fortes, atuando como um pedido de socorro. Para acalmá-lo, pegue no colo, faça carinho, converse e abrace para que o seu filho sinta-se protegido.

Quando os pequenos crescerem, o choro por medo começa a ficar silencioso. É como se tivesse medo de serem encontrados, compreende? Por isso, quando têm medo de dormir sozinhos no quarto, o choro é abafado.

9. Nascimento dos dentinhos

O nascimento do primeiro dentinho é um momento histórico para os pais. Até nascerem, os bebês ficam muito sensíveis.

Irritação, impaciência e desconforto estão entre os principais sintomas da condição. Nesse caso, o choro é de indignação combinado com um nervosismo. O som é forte, estridente e ardido e as expressões são raivosas e consistentes.

Há algumas estratégias para acalmar esse choro, são elas:

  • Massagear a gengiva com os dedos limpos;
  • Oferecer um mordedor;
  • Escovar a boca delicadamente com gaze;
  • Coçar o local em que os dentinhos estão surgindo com uma toalhinha;

Nessa época, apaziguar a coceira na região é a melhor maneira de ajudar, porque a solução definitiva é esperar o dentinho nascer de vez. Depois, volta tudo ao normal.

Como vimos ao longo do conteúdo, os choros dos bebês podem acontecer por diversos motivos. O nosso papel como pais e responsáveis é interpretá-los e tomar as medidas necessárias para cuidar da sua saúde e bem estar.

Se você gostou deste conteúdo, também poderá se interessar pelo nosso post intitulado “9 livros para bebês recomendados pela Casatema”. Nele, listamos algumas leituras essenciais para se desenvolver como mãe/pai. Acesse!

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