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Os três graus de suporte do Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que acompanha as pessoas durante toda a vida e acarreta desafios constantes na comunicação e na interação social. Comportamentos repetitivos e restritos também fazem parte das pessoas com autismo.

A classificação do espectro autista em três graus não é a mais adequada. Porém, ela serve como uma referência padrão capaz de medir o nível de suporte necessário.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como DSM-5, classifica o TEA em três níveis de apoio baseados nas dificuldades de comunicação, interação social e comportamentos restritivos e repetitivos observados nos indivíduos do espectro. Vamos entender juntos agora as particularidades de cada um desses níveis de apoio.

coração de papel com as cores do autismo

O que é grau 1 de autismo?

O autismo de grau 1 abrange as pessoas do espectro autista que, apesar de não demonstrarem interesse em relacionamentos, necessitam de pouco apoio para iniciar conversas com outras pessoas ou responder a questionamentos, por exemplo.

A linguagem funcional é a ferramenta de comunicação do autista leve com o mundo, mas, devido ao desinteresse, muitas vezes, o comportamento introspectivo pode levar às dificuldades na realização de atividades diárias e cotidianas, que podem até impedir a independência.

menino segurando uma peça de quebra-cabeça com as cores do autismo

O desenvolvimento de crianças com TEA grau 1 pode acontecer bem em casa e elas podem participar de atividades e brincadeiras, mas, na escola, elas irão precisar de ajuda, devido ao nível de intensidade de informações e necessidade de relações e criação de vínculos. Manter contato com um médico especialista é fundamental para saber como agir e quais as melhores medidas a tomar para adaptação e desenvolvimento da criança com TEA.

O que significa grau 2 de autismo?

As pessoas com grau de autismo 2 precisam de mais suporte, o chamado apoio substancial, para conseguir se comunicar com os outros de maneira efetiva, e apresentam déficit grave nas habilidades de comunicação verbal e não verbal. É comum que as mães confundam as características do espectro autista com outras situações, como a apraxia da fala, por exemplo.

mulher de cabelo curto fazendo atividade com um menino autista

Além disso, podem ter uma tendência para o isolamento social se não forem estimuladas a ter interações e podem apresentar prejuízo social mesmo com suporte. Para realizar tarefas simples, precisam de tempo e de orientação e, em alguns casos, podem apresentar dificuldades na coordenação motora.

Dificuldades de lidar com a mudança podem ser frequentes, causando sofrimento com a alteração de contexto. A rigidez de comportamento está diretamente ligada às ações restritas e repetitivas, bem mais acentuados no nível 2 do espectro autista.

Quais as características do grau 3 de autismo?

A principal característica do autismo de nível 3 é a necessidade de apoio muito substancial. Isso significa que a pessoa precisa de um suporte constante para conseguir executar as tarefas mais simples e rotineiras, ou seja, ela é totalmente dependente de outros. As crianças têm o desenvolvimento infantil seriamente comprometido e, por isso, é importante ficar atenta aos sinais.

A resposta das pessoas com autismo de grau 3 às interações e aberturas sociais é mínima. São indivíduos de poucas palavras e com uma fala que, muitas vezes, pode ser ininteligível. Quando reagem a algum tipo de abordagem, adotam comportamentos incomuns e precisam de uma informação muito direta para conseguir interagir.

A dificuldade com a mudança de foco e contexto é muito sofrida e difícil para pessoas com grau de autismo 3. Os comportamentos repetitivos e restritos impactam todas as áreas da vida da pessoa e há uma inflexibilidade de comportamento extrema.

menino autista sentado em um tapete no chão com quebra-cabeças

Como se mede o grau do autismo?

Para ter um diagnóstico preciso, o ideal é consultar e ter o acompanhamento de vários especialistas. Apesar de haver uma definição clínica por meio do DSM-5, cada pessoa possui características únicas e particularidades de personalidade e ambiente que podem interferir no seu comportamento.

Como exemplo, podemos citar uma pessoa extremamente inteligente e que não tem dificuldades de comunicação e interação social e possui a fala preservada, mas, por outro lado, tem uma forte tendência a comportamentos estimulatórios autolesivos frequentes. Apesar de ter suas habilidades comunicativas intactas, é uma pessoa que precisa de apoio muito substancial, o tempo todo, tendo sua autonomia comprometida.

O diagnóstico e a intervenção precoce do autismo podem se beneficiar significativamente de um acompanhamento individualizado com especialistas, como terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, além de um envolvimento atento e presente da família e de uma comunidade escolar.

mãe e pai em um consultório médico com uma criança autista no colo

Isso pode ser um grande diferencial e causar um impacto positivo significativo no desenvolvimento da pessoa no espectro autista, bem como melhorar o bem-estar da família.

É possível diminuir o grau de autismo?

Outra pergunta que merece uma resposta bem individualizada. Ainda não há notícias oficiais de algum tratamento eficaz que abranja todos os casos de autismo para afirmar que é possível diminuir o grau de autismo, independentemente das condições dos indivíduos.

Uma abordagem personalizada e uma avaliação regular podem ser benéficas para indivíduos no espectro autista, pois ajudam no desenvolvimento de habilidades que promovem mais independência. É dever de todos os cidadãos lutar para que os autistas também tenham seus direitos assegurados e garantir a acessibilidade para todas as pessoas.

Como ajudar as pessoas com diferentes graus de autismo?

Os especialistas podem orientar com precisão como família e amigos podem ajudar pessoas no espectro autista. A terapia educacional e comportamental pode ajudar a aliviar os sintomas do autismo, especialmente nas crianças mais novas. Essas intervenções podem se concentrar em áreas específicas que as crianças no espectro autista consideram desafiadoras.

Embora não haja medicamentos disponíveis para o TEA, a terapia pode ajudar as pessoas no espectro a lidar com diversos desafios. É importante focar nas habilidades sociais e de comunicação e desenvolver estratégias para que elas possam viver da maneira mais independente possível.

mulher loira brincando com uma menina autista com um sorriso no rosto

Familiares e cuidadores podem participar de algumas sessões de terapia para entender melhor a condição e poder oferecer um apoio mais eficiente e direcionado.

O espectro autista é uma condição que acompanha as pessoas ao longo da vida, e o apoio e a terapia podem ajudá-las a lidar com os desafios que o espectro representa no mundo de hoje.

Leia também nosso conteúdo sobre brinquedos sensoriais para crianças autistas e estimule o desenvolvimento direcionado delas.

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